Quando os ventos viram tempestades, e novos cálculos de rota se tornam necessários
Quando os ventos viram tempestades, e novos cálculos de rota se tornam necessários, Luís Rua – Diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal, ABPA.
Não há muitos meses vimos uma onda positiva alcançar os produtores de carne suína do Brasil, da granja ao abatedouro. A entrada definitiva da China como principal destino das exportações do setor e a sustentação de preços no mercado interno deram um bom respiro para o suinocultor. Os custos de produção estavam elevados, é verdade, mas os níveis de consumo interno, exportações e produção seguiam em compasso ajustado aos níveis de produção.
Os ventos conduziram o setor para avanços históricos. As exportações alcançaram recordes consecutivos, superando o patamar de 1,1 milhão de toneladas em 2021. De 71 mercados, em pouco tempo, graças ao trabalho liderado pela Ministra Tereza Cristina e os esforços dos nossos exportadores, chegamos a 93 países abertos ao nosso produto. A produção seguiu o mesmo compasso e alcançou o patamar de 4,6 milhões de toneladas, um número histórico.
Muitos fatores levaram a estes números, além da China. Mesmo com a pandemia – que impactou fortemente a economia brasileira – os níveis de consumo da nossa população se mantiveram elevados, e superaram 16 quilos no ano passado. O preço internacional do produto estava favorável e o câmbio se manteve em níveis interessantes, reduzindo os impactos das nocivas altas históricas do milho e do farelo de soja.
Eram muitos os fatores positivos. Se os custos de produção geraram uma tempestade perfeita para muitos setores, para os produtores de suínos, naquele momento, a embarcação estava sólida e segura.
Mas o quadro otimista não perdurou. O câmbio sinalizou quedas e o preço internacional foi abalado por notícias de uma recuperação temporária da produção chinesa de carne suína.
Encerramos o ano de 2021 com números históricos, mas com uma conta que não tem fechado para muitos. Os patamares de custos foram aumentados, com uma conta que precisa considerar, necessariamente, também os preços do polietileno, do papelão, das embalagens rígidas e, em especial, do diesel, insumos industriais que praticamente dobraram nos últimos tempos.
Ficou caro produzir e é preciso fazer, cada empresa individualmente, as contas para se deve-se entender até onde se deve ir.
Para colocar esta visão de forma mais clara, basta uma olhada no gráfico a seguir, que mostra o comportamento do preço do milho e da soja nos últimos meses.
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