Muito se fala do metano produzido durante a fermentação da fibra pelos ruminantes e seus impactos ambientais. No entanto,
pouco se fala do impacto ambiental do nitrogênio na produção de ruminantes.
O
nitrogênio é o mais importante nutriente para a produção de forragem o alimento base para a produção de ruminantes no Brasil e o mais estudado elemento na nutrição animal. Quando falamos de nitrogênio estamos nos referindo a proteína.
O nitrogênio desempenha
papel fundamental nas plantas forrageiras, está diretamente ligado a composição de aminoácidos e proteínas, constituinte de macromoléculas e enzimas. Este nutriente é um dos elementos exigidos em maior quantidade pelas forrageiras, constituindo de 1 a 5% da matéria seca da planta (
Reis et al., 2013).
A concentração de N é menor nas gramíneas (ex. capim-marandu)
e maior nas leguminosas (ex. alfafa). As forrageiras leguminosas se beneficiam da
fixação biológica de nitrogênio que é considerado um importante serviço ecossistêmico.
Nos ruminantes, resumidamente as proteínas ingeridas pelos animais são degradadas pelos microorganismos do rúmen até aminoácidos, que posteriormente serão reutilizados pelas bactérias para sintetizar suas próprias proteínas, denominada proteína microbiana.
Parte da
proteína escapa da degradação ruminal (proteína
by-pass) e parte do N amoniacal do rumen não é utilizado pelos microorganismos e é transformada em ureia no fígado podendo vir a ser excretada via urina (
McDonald, 1995).
Como veremos posteriormente neste artigo a quantidade total de
N excretado via urina ou fezes e a concentração de ureia na urina são importantes fatores a se considerar para reduzirmos os
impactos ambientais do nitrogênio na produção de ruminantes. A pecuária é reconhecida como uma das maiores fontes de amônia (NH3 ) para a atmosfera.
Deposição de NH3 é um dos principais impactos ambientais da utilização de nitrogênio. A NH3 também é uma
fonte indireta de emissão de óxido nitroso (N2O). A produção de ruminantes contribui para emissão de NH3 através da deposição de fezes e urina, manejo de dejetos dos animais confinados e aplicação desses dejetos em pastagens e também quando adubamos as pastagens com nitrogênio (
Cardoso et al., 2020).