A Disenteria Suína, uma doença causada por
Brachyspira hyodysenteriae e caracterizada pelo aparecimento de diarreia muco hemorrágica, está ressurgindo em muitos países ao redor do mundo.
Como enfrentar o desafio da Disenteria Suína no novo cenário da produção de suínos sob a restrição do uso de antibióticos?
A chave é conhecer nosso adversário … Desmascarando
B. hyodysenteriae
Este artigo aborda:
- DESMASCARANDO B. hyodysenteriae
- 1. Morfologia e Sobrevivência
A
Brachyspira hyodysenteriae é uma
espiroqueta Gram-negativa anaeróbia com forma helicoidal e
7 a 14 flagelos periplasmáticos. Seus flagelos facilitam seu movimento sobre a
mucosa do cólon, que é rico em
células caliciformes e muco.
Para que ocorra a Disenteria Suína, é necessária a
infecção por B. hyodysenteriae, B. suanatina ou B. hampsonii, embora não seja suficiente para desencadear a doença, pois outros fatores influenciam, como a interação com a microbiota e a dieta dos animais.
A Disenteria Suína é uma doença de grande impacto em suínos domésticos, embora também acometa os suídeos selvagens, causando
infecção pela via fecal-oral.
- RECONHECENDO OS EFEITOS DA DISENTERIA SUÍNA
- 3. Patogenia
Para enfrentar a Disenteria Suína, é fundamental conhecer os
mecanismos patogênicos que levam à sintomatologia observadas em animais.
B. hyodysenteriae causa uma infecção nos
enterócitos cecal e colônico, causando descolamento do epitélio de revestimento e
inflamação da lâmina própria e da submucosa intestinal.
Inicialmente, observam-se
fezes pastosas verde-amareladas e, à medida que a doença progride, evoluem para
aquosas com sangue, muco e fibrina.
Por se tratar de uma doença importante e de forte impacto econômico, é fundamental a confirmação da suspeita clínica por meio do exame de lesões macroscópicas e confirmação por técnicas laboratoriais.
- A IMPORTÂNCIA DE TER AS FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE ADEQUADAS
Caso o laboratório confirme tratar-se de Disenteria Suína, deverá ser instituído um tratamento associado à modificação do fluxo de animais na granja,
intensificando as medidas de limpeza e desinfecção.
É aconselhável
eliminar animais muito fracos ou em baixo estado corporal que se recuperaram da infecção, pois eles podem continuar a eliminação da bactéria pelas fezes por longos períodos, contaminando o ambiente.