Os programas de alimentação para suínos “de produção” são divididos nas fases de creche, crescimento e terminação (
Rostagno et al., 2017). Nesse sentido, o fornecimento dietético total de proteína bruta (PB) deve ser suficiente para atender as exigências de aminoácidos essenciais para cada fase, bem como o nitrogênio (N) necessário para garantir a síntese de aminoácidos não essenciais (
van Milgen e Dourmad, 2015).
Assim, é geralmente aceito que as exigências são baseadas na ingestão de um grupo completo de aminoácidos em vez de PB (
Millet et al., 2018).
Além disso, o aminoácido Ile também pode ser utilizado em dietas, dependendo do seu valor econômico e do programa de alimentação em questão.
Experimentalmente, níveis ainda menores de PB podem ser alcançados pela suplementação de aminoácidos como His, Leu e Phe.
Contudo,
níveis muito baixos de proteína bruta podem prejudicar o desempenho dos suínos devido ao menor conteúdo de aminoácido não essencial da dieta, além da redução da proteína intacta e de compostos bioativos, como os peptídeos e as isoflavonas.
De fato, a redução do nível de PB da dieta, mesmo com a manutenção das relações ideais de aminoácidos essenciais com a Lis, tem mostrado efeitos contraditórios no desempenho de suínos.
Assim, o foco da presente revisão foi entender melhor os avanços e implicações da redução de PB em dietas balanceadas para todos os aminoácidos essenciais e seus efeitos no desempenho de suínos.
Benefícios e limitações do uso de dietas com baixo teor de PB
Com relação às perspectivas zootécnicas:
- A eficiência econômica de dietas com baixo teor de proteína bruta pode variar com o preço dos ingredientes e a resposta de desempenho dos suínos.
- Os benefícios para o meio ambiente devido à menor excreção de N estão bem estabelecidos.
- Dietas com baixo teor de PB balanceadas com aminoácidos essenciais têm sido usadas como parte de uma estratégia para melhorar a saúde intestinal em suínos.
- Dietas com baixo teor de PB, devido a menor quantidade de farelo de soja possuem menores quantidades de carboidratos indigeríveis (estaquiose e rafinose) e proteínas antigênicas (glicinina e β-conglicinina), que são considerados fatores antinutricionais.