Saúde intestinal é um conceito de grande relevância na produção de frangos de corte, está diretamente ligado à nutrição animal e, segundo Darhne (2008), os efeitos que a dieta exerce sobre a saúde intestinal são marcantes e podem ter influência na absorção de nutrientes da dieta. Um intestino saudável deve ser capaz de metabolizar e absorver os nutrientes de forma eficiente, refletindo no desempenho e produtividade dos animais a campo.
O termo saúde intestinal engloba uma série de mecanismos fisiológicos, microbiológicos e físicos que trabalham juntos para manter a homeostase do intestino (Backhed et al.; 2005; Kairie et al.; 2013; Polansky et al.; 2016).
Diversas funções estão relacionadas para que se tenha uma boa saúde intestinal, e as principais são:
Ajudar a direcionar a formação ou desenvolvimento normal da estrutura e morfologia do intestino;
Aumentar as respostas imunológicas;
Oferecer proteção contra patógenos luminais;
Desempenhar papel ativo na digestão e utilização de nutrientes (Apajalaht, 2013).
A dieta ofertada também pode causar efeitos nocivos diretos e indiretos ao intestino de frangos de corte, como a diminuição da digestibilidade da gordura, aumento da taxa de renovação celular, produção de metabólitos tóxicos a partir da fermentação das proteínas, e pode levar a um baixo desempenho de crescimento (Yadav e Jha, 2019).
A microbiota do trato gastrointestinal de frangos de corte
O trato gastrointestinal do frango abriga uma microbiota complexa, com mais de 600 espécies bacterianas diferentes agrupadas em mais de 100 gêneros bacterianos (Torok et al. 2011).
No início da vida do animal, as bactérias crescem rapidamente e o ambiente estéril logo se torna habitado por 108 bactérias por grama de digesta no íleo-cecal no primeiro dia de vida, chagando ao terceiro dia com 1010g.
Em uma comunidade micro bacteriana saudável e equilibrada existem principalmente bactérias gram-positivas benéficas (ao menos 85% das bactérias totais), e uma menor quantidade de bactérias dos gêneros Clostridium, em aves jovens, e Salmonella, Campylobacter e E. coli em aves adultas, mesmo sem qualquer distúrbio intestinal (Choct, 2012).
Em um estudo recente, onde os autores compararam a colonização do lúmen intestinal e as bactérias associadas à mucosa, foi visto que a mucosa possui uma comunidade microbiana altamente rica de grupos distintos de bactérias no íleo e ceco (Borda-Molina et al., 2016).